voltar ao blog Postado em 8 de agosto de 2016 Categorias: Sem categoria
Depois de intensos dez dias de atividades artísticas, culturais e de formação, pela 26ª vez, o Festival de Inverno de Garanhuns se consagra como um dos maiores do país, pela qualidade, diversidade e público visitante. Homenageando o músico Naná Vasconcelos, pela sua brilhante contribuição à arte e a cultura do país, o 26º FIG foi um sucesso e atraiu visitantes e turistas de todo agreste e outras partes do país.
Tendo como grande vitrine o palco da Praça Mestre Dominguinhos – onde se apresentaram grandes nomes da música nacional, a exemplo este ano de Gal Costa, Elza Soares, Elba Ramalho, Alceu Valença, Zeca Baleiro, Otto, Margareth Menezes e Biquini Cavadão – o FIG é cada vez mais, também, das artes visuais, do teatro, do circo, da dança, da literatura, do audiovisual, do artesanato, dos patrimônios culturais, dos pontos de cultura e também da educação.
Foram 500 ações artísticas de todos os segmentos, em mais de vinte polos de programação, e um público circulante que girou em torno de 350 mil pessoas. O orçamento reduzido não impactou na qualidade das ações e no incremento do formato. Este ano, algumas novidades foram apresentadas: o projeto Som na Rural, que durante oito dias apresentou uma mostra de músicos e bandas da cena contemporânea mais autoral e experimental de Pernambuco.
Destaque também para a 1ª Mostra de Teatro Alternativo, na Casa Galeria Galpão, bem como a realização de 15 Intervenções Teatrais de Rua, ação que pretende atingir novos públicos para o teatro. Feito em parceria com o Movimento de Teatro Popular de Pernambuco, aconteceu nas ruas, feiras e praças, com diversos grupos de teatro de rua com uma proposta dramatúrgica de discutir temas e questões comuns que fazem parte da realidade de muitos, como o racismo, a política, a violência contra a mulher, etc. Estima-se que até 7 mil pessoas tenham sido atingidas com esta ação.
Novidade também foi a volta do circo para o Parque Euclides Dourado, a mudança de endereço do Palco Pop Forró e a ampliação do projeto Outras Palavras, um programa da Fundarpe e Secult de estímulo a ações articuladas entre Cultura e Educação.
Realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura de Pernambuco e da Fundarpe, o FIG este ano contou com recursos públicos da ordem de R$ 6.5 milhões. Este ano, o Governo celebrou parcerias importantes. Além da Prefeitura de Garanhuns, estiveram no FIG a CEPE e o Sesc, que custearam ações na Praça da Palavra, além de no teatro e dança; e o Sebrae, que foi parceiro na execução do Armazém da Arte e Negócios, que levou mestres artesãos pernambucanos para expor e vender seus produtos no Pavilhão. Com público recorde, o Armazém promoveu negócios na ordem de R$ 100 mil reais.
“A integração entre as instituições foram decisivas para manter o FIG no mesmo padrão de qualidade e diversificação. Após dez dias intensos de arte e cultura, vamos construindo também um modelo mais viável para que possamos manter esse evento, que é um patrimônio do povo pernambucano”, coloca o secretário de Cultura de Pernambuco Marcelino Granja.
Para a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, mesmo com um orçamento menor, o FIG está consolidado como um festival de qualidade, uma mostra artística que atrai a atenção da mídia de todo país. “A repercussão positiva deste evento é uma prova de que seu formato está consolidado. Ou seja, de ser um festival democrático, construído a partir de convocatórias públicas e comissões de análise formadas por profissionais de cada setor, o que atesta a qualidade do que está sendo levado para os shows, as mostras, palestras, debates, oficinas, e apresentações de um modo geral”, diz Márcia. Márcia também destaca debates políticos importantes que aconteceram no FIG, que discutiu questões de gênero, e da diversidade cultural, do patrimônio e educação.
A secretária executiva Silvana Meireles, confirma a importância das parcerias, este ano, no FIG. “A parceria com a CEPE vem sendo ampliada nesses dois últimos anos em várias ações da Secult e da Fundarpe. A Praça da Palavra e a co-realização do ‘A gente da Palavra’ são provas da consolidação dessa parceria, um esforço do governo em prol da leitura e da cidadania. O Sesc abrigar a expo de Daniel Santiago foi um dos acontecimentos mais importantes, artista singular para o segmento no país”, pontuou.
Assim como no ano passado, o FIG 2016 mais uma vez promoveu e aproximou o diálogo entre Cultura e Educação, tendo a ação do Outras Palavras como principal vetor deste enlace. O objetivo do projeto – que reuniu cerca de 300 pessoas, entre gestores da Secretaria de Cultura, de Educação, professores e estudantes – é garantir que o público das escolas públicas tenha acesso a toda diversidade cultural do estado, para além do que estabelece o currículo escolar. “Por isso o nome Outras Palavras, para sair do tradicional que há nas escolas, fazer com que os jovens conheçam novos escritores, além de todas as expressões da arte, além de estimular estudantes que já se destacam em expressões artísticas”, diz a vice-presidente da Fundarpe Antonieta Trindade.
Além do Outras Palavras, a Educação no FIG promoveu o desenvolvimento do aplicativo FIG 2016, por alunos do curso de Manutenção e Suporte em Informática da Escola Técnica Estadual de Bezerros. Contou ainda com 30 estudantes pós-intercambistas do programa Ganhe o Mundo, que foram envolvidos em diversas atividades do FIG, tais como as oficinas de formação, e produção da Praça da Palavra e dos palcos Dominguinhos, Cultura Popular, Pop e Forró.
Foram em torno de 240 apresentações musicais, espalhadas pelos palcos Dominguinhos, Pop Forró, Cultura Popular, Instrumental, Pontos de Cultura e Mamulengos, além das ações de Preservação do Patrimônio, Música na Catedral, Programa do Conservatório de Música e Som na Rural. O projeto foi a novidade musical do FIG este ano, reunindo um público de 800 a mil pessoas, por noite, nos intervalos do Palco Pop.
A cada ano cresce no FIG o interesse das pessoas pelas artes visuais, fotografia, design e moda. Essas linguagens tem endereço certo no FIG, que é a Casa Galeria Galpão. O sucesso do lugar é tanto que este ano ele ganhou uma mostra de Teatro Alternativo. O espaço recebeu, até o último dia do FIG, um público em torno de 4.500 pessoas. Entre as ações que se destacaram este ano, e mais despertaram o interesse do público, está o AcervoBoutique, das figurinistas, especialistas em garimpar peças de vestuário pelo Brasil e mundo afora, Carol Monteiro e Maria Rosa.
O artista plástico Cavani Rosas expôs desenhos, cenários e storyboards na exposição Cavani vai do Cinema. O fotógrafo Ricardo Labá deixou hipnotizada a plateia de sua intervenção Labá + O som das Imagens, na qual cria, ao vivo, uma trilha sonora percussiva para suas fotografias.
Através de inovações propostas ao formato da Casa Galeria Galpão, o espaço se tornou ainda mais interativo, e tal interação causou maior entendimento, participação e empoderamento dos visitantes em relação as obras/ações. A participação do Clandestino Café – um café instalado num ônibus, que ficou estacionado em frente ao equipamento, proporcionou um ambiente onde artistas e visitantes puderam interagir, conversar e promover uma troca de percepções. Outro fato a ser mencionado é a criação do “Espaço Multilinguagem” que trouxe diversas performances, intervenções, recitais, bate-papo e a Mostra de Teatro Alternativo.
Sucesso de público, o circo teve novidade este ano, voltando a ser instalado no Parque Euclides Dourado, onde funcionou nos primeiros anos do FIG. O Parque tem um perfil mais acolhedor, voltado para acolher famílias com jovens e crianças, terminou sendo um motivador da grande audiência que teve o circo este ano, que atingiu o número de 13 mil visitantes durante os oito dias de programação.
As ações de artesanato também tiveram novidade este ano, com a entrada do Sebrae como parceiro. O espaço foi o Armazém da Arte e Negócios que recebeu um público em torno de 20 mil pessoas e uma movimentação de vendas de produtos de mais de R$ 120 mil. A parceria com o Sebrae, em 2016, abriu a perspectiva de integração de duas ações institucionais consolidadas no FIG, fortalecendo tanto a dimensão simbólica quanto o escoamento da produção artesanal, o que proporciona renda aos artesãos e artesãs, bem como a valorização do artesanato dentro do espectro diversificado de linguagens que participam do FIG.
NÚMEROS DO FIG 2016
- Público circulante calculado em 350 mil pessoas ao longo dos 10 dias de programação
- Palco Mestre Dominguinhos: Média de público variando entre 30 e 40 mil pessoas por noite no maior palco do festival (Mestre Dominguinhos)
- Som na Rural: Projeto este ano absorveu bandas da Convocatória do FIG, recebeu um público de mais de 7 mil pessoas, nos oito dias de programação.
- Palco da Cultura Popular: público médio de 1000 pessoas por dia
- Circo: 13 mil pessoas assistiram aos oito espetáculos de Circo
- Teatro: Público em torno de 3 mil pessoas
- Dança: uma média de mil pessoas assistiu às apresentações no Teatro Luiz Souto Dourado e nas ações descentralizadas.
- Casa Galeria Galpão: Polo das artes visuais, fotografia, design e moda recebeu 4.500 pessoas.
- Sesc: Público visitante na exposição À Deriva, de Daniel Santiago em torno de 1.800 pessoas.
- Praça da Palavra: Mais de 10 mil pessoas visitaram o polo de literatura do festival. Volume de negócios em torno de R$ 12 mil. O projeto ‘A Gente da Palavra’ atingiu mais de 600 pessoas.
- Audiovisual: 3 mil pessoas assistiram às sessões no Cine Eldorado e cerca de 150 pessoas acompanharam as edições do projeto Cinema na Estrada, nas comunidades rurais de Jupi, Canhotinho, Saloá e São Pedro.
- Pavilhão do Artesanato teve mais de vinte mil pessoas circulando pelos estandes, que gerou, da sexta até a quarta-feira, um volume de negócios de R$ 100.830.
- Patrimônios Imateriais: Mais de mil pessoas circularam pela exposição: Patrimônios Culturais Imateriais do Brasil em Pernambuco e Patrimônios Culturais Materiais de Pernambuco em Garanhuns.
- Palco Instrumental: público médio de 1 mil pessoas por noite de shows
- Música Erudita: público médio de 400 pessoas por dia de apresentação
- Formação Cultural: 660 pessoas participaram de oficinas promovidas pelo festival, que aconteceram em diversos espaços da cidade: AESGA, Casarão dos Pontos, Quilombo Castainho, Armazém da Arte e Negócios, CAIC, Caiquinho, CDL, Abrigo São Vicente de Paulo e Praça da Palavra
- Pontos de Cultura: 19 pontos de cultura participaram no FIG, nas atividades formativas e também nas apresentações culturais.
- Ações de Cultura & Educação: Nos três dias da ação Outras Palavras mais de 300 professores e estudantes participaram da ação. O FIG 2016 recebeu a quarta edição do projeto Outras Palavras, que até hoje já realizou a distribuição de 2380 mil livros entre escolas públicas do estado.
- Povos Tradicionais: 600 pessoas de 6 comunidades quilombolas da região foram envolvidas nas ações de difusão e formação cultural do Polo Castainho
- Café em Pasárgada: A atividade itinerante que divulga ações do Espaço Pasárgada comemorou nesta edição os 30 anos do equipamento e 130 anos do poeta Manuel Bandeira. O trabalho consistiu num recital poético com microfone aberto à participação do público, valorizando a obra de Bandeira e de outros poetas pernambucanos e brasileiros, com encenação e declamação dos atores Carlos Mesquita, Duvennie Pessoa e Julierme Galindo. Público aproximado de 600 pessoas entre estudantes, poetas e frequentadores do ‘Império do Café’, onde ocorreram as atividades.
DEPOIMENTOS DOS ASSESSORES DAS LINGUAGENS DO FIG 2016
“Realizamos mais um FIG que teve como marcas a diversidade cultural, com a presença de todas as linguagens artísticas. Tivemos grandes ganhos este ano, como a Mostra de Teatro Alternativo, e as Intervenções teatrais de rua, novidades que vieram pra ficar. Ficou claro o conteúdo politico do FIG, no sentido da valorização à cultura afro brasileira, do empoderamento feminino nas arte e as questões de gênero”.
André Brasileiro (Coordenador do FIG)
“A grande riqueza da Casa Galeria Galpão é a diversidade de linguagens e de formatos, onde através do Design, da Moda, da Fotografia e das Artes Visuais são feitos desdobramentos estéticos, interativos e artísticos. Este ano, buscamos fazer valer a ideia de ‘unir para evoluir’ e expandimos nossos laços com outras linguagens e propostas através de parcerias com o Clandestino Café, o Som na Rural, Hair Instiga, Marcelo Meneses e Cirandela.”
Janaína Branco (Assessora de Design e Moda)
“O FIG é fruto de um grande esforço do Governo em prol da cultura produzida em Pernambuco e em todo país. Para o teatro, a dança e o circo ele representa oxigenação, ebulição. Como gestor, é muito gratificante presenciar esse outro lado da fruição artística, que é o lado da produção para que ela aconteça. É um festival muito importante para o artistas deste segmento, porque ele faz circular produtos, mercadorias que de outras formas teriam muito mais dificuldade de serem viabilizadas. Somado a isto, a questão de que tudo que é apresentado é um recorte da cena contemporânea das artes cênicas, cuja seleção passou por um processo seletivo público, com a participação de competentes profissionais do setor”.
Jorge Clésio (Coordenador de Artes Cênicas)
“Este ano montamos uma programação diversificada, contemplando diversos segmentos da linguagem circense. Tivemos apresentações de circos itinerantes, trupes, companhias e artistas de diferentes formações. Além das apresentações tradicionais na lona, tivemos ações de circo descentralizadas, uma delas na Comunidade Quilombola de Castainho, de modo a atender a demanda de público que as artes circenses têm durante o FIG. Acredito que a avaliação positiva da plateia pode ser constatada ao escutarmos, todas as tardes, risos e aplausos entusiasmados e entusiasmantes vindos da lona do circo.”
Suenne Sotero (Assessora de Artes Circenses)
“A realização do Armazém da Arte e negócios tem o poder de integrar cada vez mais o artesanato à rica atmosfera cultural que o Festival de inverno de Garanhuns proporciona ao público, além de fortalecer também a sua inserção proativa no mercado da cultura”.
Breno Nascimento (Assessor de Artesanato)
“Esse ano as ações de Patrimônio e Preservação voltaram a ter um “Espaço do Patrimônio”, em formato inovador, montado em containers, com a exposição sobre os Patrimônios Culturais Imateriais do Brasil, em Pernambuco, e os Bens Culturais Materiais (tombados ou em processo de tombamento), em Garanhuns. O espaço oportunizou o diálogo com o público visitante, que pode conhecer uma mostra da diversidade cultural do Estado, por meio dos seus patrimônios imateriais reconhecidos nacionalmente, e se orientar sobre os bens culturais da cidade protegidos com o instrumento do tombamento. Com isso, evidencia-se a importância das ações continuadas desenvolvidas pela Fundarpe e Secult na área da preservação cultural como os Inventários e ações de salvaguarda (para os Patrimônios imateriais) e as ações de fiscalização, obras e conservação (para os bens materiais). É, sem dúvida, um espaço importante que dialoga com a realidade do FIG e da própria cidade.
Marcelo Renan (Coordenador das ações de Patrimônio e Preservação)
“A Praça da Palavra se consolidou como um espaço de conteúdo importantíssimo e o povo de Garanhuns já se apropriou dela. A cena literária de Garanhuns pede um espaço de conteúdo qualificado para uma cidade que tem dois escritores premiados, um deles nacionalmente. E a literatura vem imprimindo essa qualidade ao longo dos anos. Existe também uma cena forte de contadores de histórias, com grupos que já têm passagem por festivais internacionais, e a Praça é também um espaço de fruição desses grupos, que vem trabalhando em diversas salas de leitura. Garanhuns tem pelo menos 37 salas de leitura. Quando se trabalha na leitura a gente não está simplesmente formando plateia, mas formando cidadania”
Wellington de Melo (Coordenação de Literatura)
“A dança colocou uma questão de extrema relevância nessa edição do FIG: a potência dos corpos diferenciados. A dança é possível para todos, e o espetáculo com pessoas com deficiência não precisa apelar para um lugar de ‘sentir muito’ pela dor do outro, mas trata-se de impressionar com a capacidade de força, de potência e de beleza a partir de uma obra que preza pelo entendimento igualitário do SER humano. O Giradança trouxe isso com uma beleza avassaladora e extremamente incorporada no modo de existir do Grupo. Saber que estamos dando oportunidade às crianças e jovens do Castainho de entrar em contato pela primeira vez com o Frevo traz uma sensação que tivemos êxito na busca pela valorização da cultura pernambucana.”
Duda Freyre (Assessora de Dança da Secult)
Uma das coisas que a gente destacou foi o lançamento do livro Xucuru do Ororubá, do escritor indígena Adilson Xucuru, um fato inédito na Praça da Palavra. Um livro que ele mesmo confeccionou. Esse ano foi muito simbólico a descentralização do Polo Castainho para outros espaços do FIG, como a Praça da Palavra, no Circo e no palco da Cultura Popular, somando dez atrações. Tivemos a Roda de Conversa, que gerou frutos, entre eles uma estratégia de planejamento de atividades, que vai gerar o Museu Quilombola do Castainho. Tudo isso foi muito importante sobretudo para os mais jovens da comunidade.
Fonte: cultura.pe.gov.br
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